quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Flagrante

A pureza do amor de Pedro e Amparo

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Com a palavra... o público!

Eu vou publicar um texto que não fui eu que escrevi (e sem pedir autorização... mas com os devidos créditos!)
http://www.fotolog.com/victortito/15747837

Vamos comer Almodóvar!

Terça-feira assistí "Como Almodovar", excelente pedida para soteropolitanos que curtem teatro ou Almodóvar!
Prestigiem, vale muito a pena! Troquem a novela das oito por um espetáculo
P.S: A arte do cartaz não ficou linda?


Vamos comer Almodóvar
[Victor Villarpando]
Ficamos mais autênticos quanto mais nos parecemos com o que sonhamos que somos” - Tudo sobre minha mãe.
Os atores e idealizadores de “Como Almodóvar” fizeram jus à frase do cineasta e foram autênticos. E certamente sonharam muito alto. A peça de conclusão de curso da turma 2007.1 de artes cênicas da UFBA surpreende com um enredo bem elaborado e ágil, personagens bem interpretadas e com uma carga dramática e cômica 100% almodovariana.
O cenário kitsch - um apartamento com cara de conjunto habitacional em país de terceiro mundo - não nega o fascínio pelas “cores de Almodóvar”. Muitos tons fortes, principalmente vermelho-sangue. Na decoração não passam despercebidos: uma escrivaninha de azulejos coloridos, plantas na sala, fotos de Jesus e Maria na parede, um pufe em forma de coração escarlate e um abajour com pernas de dançarina de can can (com vestido carmim, obviamente).
No figurino, também se destacam as cores berrantes, juntamente com as peças espalhafatosas e as combinações improváveis.
O amor, assim como nos filmes do cineasta, que já cantou travestido numa banda de rock, foge ao padrão da sociedade.
Neles, o “amar” tem diversas facetas e não se enquadra no modelo romanticamente idealizado.
Esse sentimento traz problemas, satiriza, dói e alegra. O amor é visto de uma forma marginal. É denso, tenso e principalmente real. É palpável.
O romance de Dolores (Simone Brault) e Pedro (Afrânio Soledade) na peça ilustra bem essa faceta do sentimento. Ele, ex-interno de um manicômio, gordo e feio. Ela, um travesti sem sucesso em suas apresentações, que trabalha como babá de uma amiga paraplégica. Eles experimentam uma paixão ao mesmo tempo que terna, subversiva logo na própria concepção. Eles vão do sexo oral na sala ao “e viveram felizes para sempre”, passando por dificuldades de auto-aceitação e fetiche com fio telefônico.
Assim como na filmografia de Almodóvar, temas polêmicos não faltam na peça. Questões de sexualidade vêm com Lola (Grasca), “senhora” gordinha que fez operação de mudança de sexo e vende drogas (de heroína a morfina e abortivo); com Dolores, a travesti; com Pedro, o louco; com Lucy (Catherine Openheimer), a apresentadora de TV e Amparo (Vitória Bispo), a prostituta, ambas lésbicas. Rosário (Júlia Barreto) que é uma freira que usa drogas, porta armas e aparece grávida, representa as críticas à religião, mais especificamente à Igreja Católica. Isso só para citar alguns dos personagens.
Além de passear pelos mesmos temas dos filmes, a peça é cheia de referências diretas a situações das obras do espanhol.
Cenas como o travesti fazendo sexo oral em Victoria Abril (“De salto alto”), Raimunda guardando o corpo do ex-marido no freezer (Volver), uma freira grávida (“Tudo sobre minha mãe”), a apresentadora de TV que vive das situações esdrúxulas alheias (“Kika”, “Fale com Ela” e “Volver”) e as travestis engraçadas e apaixonantes (não dá para escolher um filme só) fazem parte do time das dezenas de deliciosas referências à obra do diretor.
A peça é tão almodovariana quanto qualquer filme do próprio. Se, conforme dito por ele, seus filmes são um pouco autobiográficos, pode-se dizer que a presença de Pedro Almodóvar está por todo o espetáculo.
SERVIÇO:
O que: “Como Almodóvar”
Quando: Terças e quartas-feiras de novembro
Onde: Teatro Xisto Bahia (Barris)
Horário: 20h
Preço: R$ 10 (inteira)

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Mais uma vez estamos de volta...novas colegas de elenco, novo espaço e o ânimo de sempre. Gostamos mesmo de fazer esse espetáculo e, por isso, insistimos em compartilhá-lo.
Venham todos... e mais uma vez: "que seja doce".

A Terceira.

Foi a minha décima terceira apresentação.
Era a estréia de Cinara e de Vitória.
Catherine ficou na cochia e nem estreiou ainda.
O Xisto estava lotado (que na temporada também seja assim, meu deus, por favor, por favor, por favor!).
Um camarim só.Pela primeira vez um camarim só para os nove atores (e não é que isso faz a diferença?!).
Eu sempre acho que não vai dar tempo de me arrumar, mas isso é um ritual meu; ritual contraproducente -admito; mas quem vai querer discutir essas indiossincrasias?
Antes da "roda", uns já no palco, outros ainda no camarim se arrumando, eu me dei conta de que estava sentindo um medo da pôrra! Medo de quê meu deus do céu? Porque não era mais aquele medo da estréia de quem ainda não sabe se sabe fazer; era medo de quem gosta de fazer e quer fazer bem feito; medo de quem não pode errar; medo de quem quer fazer o melhor possivel. E aí nessa hora, sentada no sofá lindo do nosso cenário me deu uma vontade irresistível de mudar pra outra profissão, pra não me submeter mais àquele frio que tranca o estômago (mentira!). É um medo contente. Vá entender... mas é sim, um MEDO CONTENTE!
"... e eu sou viciada nele!"