domingo, 19 de agosto de 2007

Em Processo de Aprendizado...

Acho que ele está perdendo a paciência comigo... mas sigo tentando!



terça-feira, 14 de agosto de 2007

Pano pra manga.


Eu estou aqui. São mais de meia-noite. Eu estou na casa de uma amiga. É aniversário dela. Eu invadi o computador dela.
Estou cercada de outros amigos que, obviamente, assistiram o espetáculo. Deve ter mais de uma hora que o assunto é só um: o espetáculo "Como Almodóvar" (agora despencou pra peças-de-formatura-da-escola-de-teatro).
Bom.
Um público atento, de certa forma especializado, já que composto de estudantes de arte.
Bom.
Bom ouvir um outro tipo de comentário que vai além de "que legal, que lindo, que tudo". Talvez eu tenha ficado, prazerosamente, mal acostumada. Comentários cheios de conteúdo de quem, inclusive é fã de Almodóvar.
Bom.
Bom ouvir outras opiniões, outras visões, outras críticas.
Bom.
Bom ter Fabão aqui do meu lado que é muito melhor de oratória do que eu (prefiro escrever...). Bom parar pra pensar, pra rever, pra concordar, e talvez pra deixar pra lá (que o "deixar pra lá" não seja encarado como leviandade, é só uma consciência de que o meu papel no espetáculo é ser atriz, e que esse é o meu tesão, e é isso que eu estou estudando pra saber defender).
Bom.

Que venham todos os públicos e todas as visões e todas as profundidades!

Eu sou leviana sim!
Eu gosto de fazer o espetáculo, me dá uma alegria e uma realização como atriz, como artista, imensa. E, por enquanto, pra mim, isso basta!
Ser profunda, às vezes, me dá a maior preguiça...

Texto copiado e colado...




Uma amiga me passou o link dess texto escrito por uma amiga dela que escreve para uma revista virtual de londres, achei interessante e , claro, relacionado com a nossa peça e resolvi colar...

"Quero ser uma mulher de Almodóvar

Elas têm as mãos robustas com veias à mostra, pernas rijas, músculos fartos no antebraço e uma boca que sussurra qualquer coisa de lamento e esperança. Cortam pessoas ao meio com o olhar de dois gumes. Elas dão à luz em ônibus, cozinham sozinhas para mais de 30 pessoas e enterram maridos mortos que, antes, as enterraram vivas. As que foram estupradas carregam pela vida o fruto da violência e são capazes de amá-lo como se ele tivesse sua origem numa cama sem mácula. As mulheres de Almodóvar, de tão fortes, apartam briga de leões, e de tão intensas, fazem poesia com o cotidiano. Estão sempre em carne viva.

Conheci as personagens do diretor espanhol Pedro Almodóvar aqui em Londres, durante uma sessão especial de cinema com três de seus filmes - "Carne Trêmula", "Volver" e "Má Educação". Passei oito horas sorvendo a riqueza psicológica das figuras femininas geradas por ele. Quando cria, Almodóvar não é óbvio, tal como as mulheres, na vida real, não são.

Acabo de assistir à "Fale com ela" e agora tenho certeza de que a admiração que passei a nutrir pelo diretor desde aqueles três primeiros filmes tem mais a ver com um desejo: quero ser uma mulher de Almodóvar.

Se fosse uma mulher de Almodóvar acordaria cedo para dar de comer às crianças; elas comeriam com fúria, se fartariam, virariam adultas, me esqueceriam e eu, sem declinar da tarefa, continuaria dando-lhes de comer da minha própria carne.

Se eu fosse uma mulher de Almodóvar visitaria no cárcere cada um dos meus algozes, dos benignos aos malignos. Se me pedissem dinheiro ou cigarro eu não lhes daria, mas se me pedissem perdão e afeto, eu lhes entregaria minha cabeça e coração num prato.

Após um dia todo de trabalho, os pés cansados e a mente aos suspiros, eu dançaria uma hora de sevilhanas para deleitar a platéia de um único sincero pagante... caso eu fosse uma mulher de Almodóvar.

Estar em carne viva é fácil. Bastam um corte e um furacão de dentro para fora para que os tecidos do corpo se desdobrem, se expandam e fiquem expostos sem pele. Difícil mesmo é extrair poesia de cada fibra solta, como fazem aquelas tais figuras femininas.

Mesmo distante de conhecer a fundo o diretor espanhol e suas mulheres, uma coisa posso dizer sem equívoco: se fosse uma mulher de Almodóvar eu falaria espanhol, me apaixonaria por alguém que caminhasse pela rua e lhe daria na hora as virtudes que eu tivesse, poesia e um café para celebrar; receberia um sinal recíproco a princípio e, dois minutos depois, um sinal de engano - porque Almodóvar não fantasia. Então ficariam as virtudes, a poesia e o café assim esparsos pelo chão, sem copo ou corpo que os contivessem. Depois disso, por ser uma mulher de Almodóvar, eu então chegaria em casa, acenderia um cigarro e escreveria uma crônica que terminaria assim:

No suelo perder nada de lo que me regalan con veracidad, aunque me lo regalen con fecha ya cierta para quitármelo de la mano. Lo que me regalan yo lo cojo, lo guardo y lo quiero todo lo que puedo antes de que se me vaya. Aunque suene ilógico ese querer, el se explica: más que la pena por el regalo que no tengo me habla más fuerte el hecho de saber que, cuando lo tuve, fue bueno y verdadero... por lo menos para mí. Soy la que sigue soñando con los imposibles.

...

Não costumo perder nada daquilo que me dão com veracidade, ainda que o que receba tenha data certa para ser-me tirado das mãos. O que me dão eu acolho, guardo e amo o máximo que posso antes que se me escape. Ainda que soe ilógico esse querer, ele se explica: mais do que a pena por aquilo que não tenho, me fala mais alto o fato de que, quando tive algo, foi bom e verdadeiro... ao menos para mim. Sou a que continua sonhando com os impossíveis. "

Sabrina Duran
29/06/2007
http://www.jungledrums.org/colunistas_03.htm

Agora me digam vcs o que fariam se fossem uma mulher de Almodóvar??

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

El Deseo


Desejo. Grande tema do nosso espetáculo. O motivo que me deixou de pé até o final dele ontem. Fiquei doente no segundo dia. Acredito que fiz o espetáculo com febre. Nem levei o termômetro pra não correr o risco de alguém desistir. Tentei reclamar bem pouco, mas acho que minha cara dizia muito do meu estado. Mas, eu queria fazer e estava ali pra isso. Apaixonada por Como Almodóvar eu não podia não estar lá. Não podia tirar um dia dos poucos que temos. Justamente eu, que sou a primeira a me despedir da longa temporada que estar por vir (Olha como sou otimista.) Pelo desejo de estar ali e pela satisfação de dividir aquele trabalho como aqueles colegas, eu fui pro palco. Falando mal, respirando mal, morrendo de frio. Agasalhada na cochia, entre uma cena e outra, tive um lapso de memória. Um lapso de uns 20 segundos. Eu esqueci onde eu tava, o que eu estava fazendo. Quando ouvi os risos da platéia, me lembrei. Fiquei feliz por não ter perdido nenhuma entrada. Acho que fui além do meu limite ontem e ainda assim, consegui chegar ao final. El deseo. Voltei pra casa chorando de dor, de cansaço... Peço desculpas aos colegas pelas falhas, pela energia minguada... e obrigada, pelo carinho e cuidado comigo. De qualquer forma, valeu a pena! Hoje recebi telefonemas de amigos que foram ontem e adoraram. Já me droguei horrores hoje... antibióticos e injeções. Pronta pra mais!

Quase um informe

A maldição do segundo dia, tão conhecida no meio teatral, não nos atingiu. Pelo menos eu acredito que não....tá delícia.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Antes do fim


Depois de todo nervosismo, da vontade interminável de ir ao banheiro, das inspirações longas antes de entrar em cena, da força confiante do diretor, do cuidado da equipe, das frases ditas com gosto e das gargalhadas da platéia lotada, relaxamos.
Mal podíamos nos conter: Rosário dava seu último texto fora do palco e já vibrava, Lucy ainda terminava sua cena, Clara esquecida no meio do cenário até o fade total da luz não conseguia disfarçar o sorriso... Claro! Ela podia ver pelo canto olho todo o resto do elenco se espremendo na cochia com os punhos levantados, socando o ar, os dentes todos à mostra.
Então veio os aplausos e pudemos gritar, vibrar, assumir toda aquela euforia que nos dominava. Euforia que sentimos o cheiro quando decidimos trabalhar com Almodóvar, que ouvimos a voz quando a equipe envolvida assistia aos ensaios, que pudemos ver o vulto quando na roda antes, do início do espetáculo, Gláucio parabenizava a gente pelo trabalho digno com o qual concluíamos nossa graduação e que ali naquele momento nos arrebatou por completo.
Como um time depois da final, campeõs, vencedores, realizados!!!!!
"Um presente para o elenco", escreveu um colega na Comunidade do orkut; mais que presenteada, me sinto satisfeita, feliz, completa. E partilhar isso com meus queridos colegas de cena, ali no silêncio daquela cochia apertada foi uma sensação única.
Até domingo (que este demore muito a chegar...) estaremos lá, como um time, de mãos dadas, oferecendo a quem aparecer o melhor de nós, de nosso trabalho, do que aprendemos na faculdade e fora dela, e do que resultou desse feliz encontro.
Parabéns à todos, parabéns pra gente!!!!!

Até que enfim...




Finalmente....depois da ansiedade e de tanta expectativa fomos recompensados...uma platéia cheia de gente querida e muita calorosa e atores absolutamente apaixonados pelo que estavam fazendo no palco, receita gostosa, que deu muito certo.
Estamos muito felizes e prontos pra mais.
Aos que foram e compartilharam da estréia... obrigado e divulguem. Aos que ainda não foram... a hora é essa e divulguem também.

sábado, 4 de agosto de 2007

Carne Trêmula ou o dia da transformação...

Depois de marcar, desmarcar, adiar, finalmente tinha chegado o dia tão esperado: o dia de irmos ao cabelereiro! Eu já tremia de nervoso há alguns dias, afinal a minha mudança seria a mais drástica, porém a ansiedade era coletiva, tanto para nós 5 como para os outros 4 que nada fariam nas madeixas.
Acordei cedo fui para o meu pilates e já deixei avisado que na próxima aula estaria com novo visual (para que ninguém se assutasse, vai que dá tudo errado e eu fico ridícula!?!?) após a aula segui para o salão.
- Lis é a primeira, porque não vai pintar - grita uma de lá.
Ai que frio na barriga. Olhei o corte na revista e fiquei com mais medo:
- Não lembrava que era tão curto! - eu falei, e o renomadíssimo cabelereiro mandou q eu me acalmasse que ficaria um pouquinho maior.
Sentei na cadeira (na verdade apesar do medo, eu estava doida para conhecer o meu novo visual, há algum tempo que queria uma desculpa para ter cabelos curtos).
Dorian foi cortando, cortando, cortando e todas de lá gritando: aiiiii, tá ficando lindo, uhhh vai arrasar...
E o sorriso no meu rosto crescia...
Muitas navalhadas depois, lá estava eu: pronta para encarar Lucy Meiacara.
Vieram as outras; os cortes, as pinturas, o descolorir, e eu a fotografar tudo; claro, tínhamos que fazer o making off, era um momento único nas nossas vidas!
Os cabelos iam mudando de cor e as aparências se transformando, enquanto isso, uma falava de lá: tou parecendo um leão, a outra reclamava, ahhh vou comprar um tonalizante, meu cabelo tá rosaaaa, ihh tem gente lá em casa que não vai gostar dos meus cabelos lisos....
A verdade é que no final das contas, ficou tudo ótimo! As personagens tomaram forma definitivamente, alguns olhinhos brilhavam e outros se conformavam.
E eu? Difícil vai ser querer ter cabelos longos novamente...

Lis Schwabacher

Labirinto das Paixões


É exatamente como quando eu tinha quinze anos.
Eu abro o olho de manhã, quase mal humorada porque merecia dormir mais, e a primeira coisa que vem a minha cabeça é ela. Eu tomo banho, eu tomo café, eu pego ônibus, eu vou ao médico, eu compro leite, eu assisto um filme, eu tomo cachaça com mel, eu deito no colo das pessoas, eu ando pela Praça da Piedade, eu falo no telefone com a minha mãe. O meu dia segue aparentemente normal, mas é mentira. Meus dias não são mais normais. Eu não sou mais a mesma. Eu estou completamente apaixonada. Por ela. A peça. E ansiosamente, exatamente como quando eu tinha quinze anos, eu aguardo o primeiro encontro.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

E cadê essa terça dia 07 que não chega?


Ensaios, ensaios com figurino, troca de roupa, corre, volta, ensaios, com figurino, corre, troca de roupa, volta, esquece, perde tempo, pede tempo, volta, corre, sua, sua muito( eu pelo menos), sua mais um pouco e percebe que já precisa lavar, a bainha tá curta, o bigode tá ridículo e tem mais ensaio no domingo (eu nunca gosto) depois do sábado, claro, pode tirar o bigode [(eu agradeço) acho que todo mundo] os programas ficaram prontos, os programas devem estar lindos, o cenário não cabe na sala, cabe no teatro certamente...................e ainda é sexta.